quinta-feira, 16 de julho de 2009

QUE MULHER É ESSA?

Que mulher é essa que me deixa acordado noites a fio tentando decifra-la?

Quem é essa mulher de olhar penetrante, desconcertante, pegadas firmes e perigosas, voz gostosa e manhosa, com passadas misteriosas e sutis e beijos ardentes que aguçam as mais obscenas fantasias?

Uma mulher surpreendentemente louca, sensual, ousada, sagaz.

Traz em suas entranhas a mais perigosa diversidade de caráter.

Nela se confia, por ela apaixona-se quem for louco, por ela deixa-se envolver pela sua eloqüência, por seus argumentos incansáveis, agressivos, inteligentes e algumas vezes infundados, mas defendidos com tanto entusiasmo, que chegamos a nos sentir ridículos, tolos.

Por esta mulher! Esta mesmo, que muitos tentaram desvendar e nenhum conseguiu, nem mesmo ela, pois até por psicólogos, psiquiatras e cartomantes já passou na tentativa vã de buscar respostas para o seu verdadeiro EU.

Por ela, já tomaram até lama, tentaram se jogar das alturas, esbarraram em latas de lixo, enfrentaram visagens para possui-la e esconderam-se em máscaras e personagens numa tentativa absurda de despi-la.

Ei mulher maliciosa, Fugaz! Que desafia meus neurônios, subestima a minha inteligência, põe em xeque a minha paciência, (que isso eu sei que te falta muito) o meu senso critico (isso te sobra) e o meu órgão genital.

Como pude me deixar envolver por tua ingenuidade, tua elegância, romantismo e poder?

Ainda vou descobrir meus caros que mulher é essa que tem medo da solidão, que sabe conquistar por sua maturidade precoce, por sua educação muito peculiar.

Essa droga de mulher vingativa! Porém muito bem articulada e meticulosa, persistente e que tem um poder de liderança nato.

Mulher paradoxalmente autoritária e meiga.

Mulher! Chego a sentir raiva por vê-la como mulher, pois ela é tão fantasiosa, tão apaixonada, as vezes brinca de viver um conto de fadas e dançar ao som de “Anos Dourados” e vive aguardando pelo tal príncipe encantado.

Sinto-a tão frágil, tão vulnerável, fugidia, como eu a queria em meu colo. Como ela é doce. Docemente perigosa!

Acorda idiota! Esta mesma mulher já fez grandalhões chorar, se ajoelhar e implorar por seu amor.

Ela bem que poderia ser mais amena, mais tolerante, menos impetuosa, mais... Mais submissa. Porem se assim fosse ela não seria essa mulher que me faz perder o sono e a razão.

Nem mesmo as mulheres fugiram dos seus encantos e deixaram de se embriagar com seu cheiro.

Essa mulher que se enche de escapismos, excêntrica, com gostos tão refinados e que já foi inúmeras vezes preterida por crápulas, medrosos e oportunistas, desafiada pela prórpia vida traumática. Calculista e metódica, detalhista e racional. Tornou-se ainda destemida e cumplice de quem dela precisar.

Tira-me o sono, perturba-me a sua existência e fascina-me fazer parte de sua história.

Chega-me a ser dúbia, é por isso que não consigo dormir em paz, ela tornou-se a minha obsessão.

E há quem diga que ela é muito previsível.

Elementar meu caro! Tolo aquele que um dia ousou vê-la como uma simples mulher, uma mulher comum.

Ah! Mulher! Quem pensas que és pra me deixar noites em claro?

Até o café esfriou quando eu pensava em ti e quando dei por mim, ali estava eu, debruçada em minúcias dos teus traços, mais uma vez vendo o sol nascer, com os olhos fundos e cambaleante de sono.

Foi só mais uma noite. Só mais uma.

“Se todos fossem no mundo iguais a você.....” certamente é o que Vinícius de Moraes diria se a conhecesse e eu, sorrateiramente completaria..... VIVERÍAMOS UM CAOS.

VALÉRIA DUARTE

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